Cirurgia do Fígado

Tumores no aparelho digestivo

Dr. João Emílio Pinheiro

Dúvidas sobre

A cirurgia do fígado

Assim como as outras cirurgias abdominais, a cirurgia do fígado pode ser realizada por via aberta, principalmente, quando são tumores maiores, grandes ressecções ou em centros que não têm experiência em cirurgia minimamente invasiva. 

 

Nos grandes centros e em locais com cirurgiões experientes, a cirurgia do fígado, ainda que seja uma cirurgia grande, pode ser realizada por via minimamente invasiva, seja ela laparoscópica ou robótica.

Entre as recomendações para o pré-operatório da cirurgia do fígado estão:

  • Praticar atividades aeróbicas, de acordo com a condição física do paciente, deixando o corpo mais forte e preparado para a cirurgia.
  • Não ingerir álcool por pelo menos, sete dias antes do procedimento.
  • Ter uma alimentação saudável e balanceada com fibras para ajudar a reduzir a inflamação do organismo e o intestino funcionar bem.
  • Beber bastante água.
  • Não fumar por pelo menos 30 dias antes da cirurgia, visando reduzir qualquer risco cirúrgico. 

Como todas as neoplasias – todos os tumores – para aqueles pacientes que tenham doença localizada e que também tenham uma boa saúde para serem submetidos a essa categoria de cirurgia.

Os pacientes que não são candidatos a esse procedimento, são geralmente encaminhados para outras especialidades como radioterapia, radioablação, quimioembolização ou mesmo a quimioterapia sem a indicação de cirurgia.

Tudo depende de qual câncer está sendo tratado e também da extensão e disseminação da doença, além do estado clínico desse paciente.

Então, para pacientes que muitas vezes no câncer de fígado têm cirrose, aqueles que têm uma cirrose já avançada do tipo grau B e grau C e não atendem aos critérios de transplante de fígado – os critérios de Milão – esses pacientes não têm indicação de cirurgia.

Podem ser submetidos a terapias ponte – como radioembolização – mas, não são candidatos a cirurgia de ressecção tumoral.

Depende muito da área ressecada.

Pode ser uma simples metástase única no segmento lateral do fígado em que o paciente praticamente recebe alta no dia seguinte.

Em outra situação, pode ser uma cirurgia chamada ALPPS – sendo uma cirurgia extremamente radical – em que o paciente passa por duas grandes cirurgias em duas semanas.

Portanto, tudo depende de qual cirurgia será realizada.

Todavia, esse pós-operatório pode variar de uma alta precoce, rápida, sem grandes restrições, a um grande tempo de internação, uma grande morbidade e uma maior dificuldade de pós-operatório.

O fígado

O fígado é um órgão vital que desempenha várias funções importantes no corpo humano. Ele é responsável pela digestão de gorduras através da produção de bile, armazenamento e liberação de glicose, produção de proteínas importantes para o sangue, e eliminação de toxinas do corpo. Além disso, o fígado tem uma grande capacidade de regeneração, permitindo a doação de parte deste órgão em vida.

Assim como as demais doenças, é fundamental que na presença de alguns sintomas suspeitos, você procure seu médico de confiança.

A partir de uma boa história clínica, de um bom exame físico, o médico irá solicitar alguns exames complementares como exames de laboratório que podem mostrar aumento de bilirrubinas, TGO, TGP, enzimas canaliculares, também sorologia de hepatites virais.

Daí em diante, ele pode então solicitar exames de imagem que podem ir desde ultrassom até uma ressonância de abdome com contraste hepato-específico.

Além do que, também pode ser necessária alguma biópsia percutânea através da pele para se poder firmar o diagnóstico do câncer de fígado.

O fígado como ele é o grande filtro abdominal, ele é um órgão que além dos tumores primários dele, ele também é um grande sítio, um grande lugar de metástases.

Então, os tumores do fígado eles são divididos entre primários: aqueles que vem do fígado em si na maioria das vezes é o hepatocarcinoma, o cisto adenoma, cisto adenocarcinoma e também o hepatoblastoma.

Os tumores também muito frequentes no fígado que são os tumores secundários ou metástases.

A maioria deles como eram grandes filtros dos órgãos abdominais, eles vêm do intestino grosso.

Então, os tumores secundários mais comuns do fígado são as metástases decorrentes do câncer colorretal.

Como é um órgão grande e localizado do lado direito abdominal, os principais sintomas, mas também já são sintomas mais tardios são:

  • Inchaço abdominal dor do lado direito.
  • Olhos amarelos.
  • Urina escura.
  • Fezes esbranquiçadas.

 

Além disso, alguns sintomas sistêmicos com uma fadiga e uma fraqueza importante.

O câncer primário do fígado – excluindo, nesse caso, as metástases – está muito associado a cirrose hepática.

Por consequência, o agente causador de câncer no fígado, na maioria das vezes, é a cirrose hepática.

Exceto, o carcinoma fibrolamelar, sendo de paciente jovem não cirrótico e o hepatoblastoma, sendo o câncer do fígado de criança.

Consequentemente, todas as situações que levam o paciente a ter cirrose hepática e aumentam a chance do câncer de fígado são:

  • o etilismo;
  • as hepatites virais;
  • uso de anabolizante, que não leva a cirrose, mas leva à formação de adenoma;
  • anticoncepcionais orais – não levam ao câncer, mas aumentam as chances de o paciente ter adenoma e, a partir daí, evoluir para o câncer de fígado.

Algumas lesões primárias no fígado que são nodulares, como:

  • a hiperplasia nodular focal que, não é e nem vira câncer,
  • o hemangioma que também não é e nem vira câncer e
  • tem o adenoma que, esse sim, pode tornar-se câncer.

Portanto, a maioria das lesões nodulares do fígado não vira câncer.

O risco de um cisto hepático tornar-se cancerígeno é baixo, haja vista que a maioria das lesões císticas são benignas.

No entanto, há uma entidade chamada cistoadenoma que, essa sim, tem o risco de malignização.

Porém, contamos com a estatística de que somente 5% das lesões císticas do fígado são cistoadenomas.

A melhor maneira de você prevenir essa lesão é evitando os fatores de risco modificáveis.

Sabemos serem aqueles que transportam a doença chamada cirrose, o maior fator de risco para esta lesão.

Logo:

  • evitar etilismo crônico,
  • tratamento de hepatites virais, como: a hepatite C, a vacina da Hepatite B e
  • também o tratamento das doenças de depósito hepáticas, como: a doença de Wilson e a hemocromatose.

Cirurgia de Fígado

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Dr. João Emílio Pinheiro é preceptor e assistente da Disciplina de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo na Faculdade de Medicina do ABC. Membro titular do colégio brasileiro de cirurgia digestiva – CBCD e da sociedade brasileira de cirurgia laparoscópica e robótica- SOBRACIL.